Práticas Integrativas são recomendadas para tratar dor oncológica nos EUA

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As principais referências mundiais no tratamento oncológico, a Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) e a Sociedade de Oncologia Integrativa (SIO), publicaram recentemente novas diretrizes para o tratamento da dor oncológica incluindo algumas práticas integrativas.

Ambas destacaram a importância do uso de práticas integrativas incorporadas no tratamento oncológico convencional para o tratamento e/ou alívio da dor oncológica. As novas diretrizes trazem que os planos mais bem sucedidos para controlar a dor do paciente oncológico geralmente combinam vários métodos.

Esta é a primeira vez que um documento oficial de sociedades médicas aborda e defende o uso de Práticas Integrativas no tratamento da dor oncológica. Essas orientações vieram após uma revisão de 227 estudos clínicos sobre intensidade da dor, alívio dos sintomas e efeitos adversos realizados entre 1990 e 2021.

Em entrevista a Galileu, Maria Ester Azevedo Massola, coordenadora da Equipe de Medicina Integrativa do Hospital Israelita Albert Einstein afirma que

“Essas diretrizes são muito importantes porque dão mais segurança para os médicos indicarem as terapias integrativas e apoiarem essas práticas aos seus pacientes. Isso não é tão novo, aqui no hospital já oferecemos há 15 anos, mas ainda há um certo receio de alguns profissionais que não  conhecem as práticas e não entendem a importância delas para o tratamento”

Quais práticas integrativas são indicadas para tratar a dor oncológica?

As diretrizes apresentadas pela ASCO trazem as seguintes práticas integrativas como relevantes no tratamento da dor oncológica:

Massagem

A massagem terapêutica suave pode ajudar a aliviar a tensão, o desconforto e a dor. Pessoas com câncer podem se beneficiar especialmente da massagem e de uma subespecialidade chamada massagem oncológica.

Para pessoas que recebem cuidados paliativos ou em terminalidade, a ASCO recomenda que a massagem seja oferecida se sentirem dor. Assim como para pessoas com câncer de mama que sinta dor após o tratamento.

A ASCO recomenda encontrar um massoterapeuta que tenha experiência em ajudar pessoas com câncer. Isso ocorre porque a compreensão de como os tratamentos contra o câncer afetam diferentes partes do corpo é benéfica, e eles podem querer modificar a técnica de massagem por segurança, como usar menos pressão ou evitar certas áreas. 

Acupuntura

A acupuntura pode ser usada para muitos problemas diferentes, incluindo dor. ASCO recomenda que a acupuntura possa ser oferecida a qualquer pessoa que sofra de dor de câncer e a qualquer pessoa submetida a cirurgia de câncer ou outro procedimento relacionado ao câncer, como uma biópsia de medula óssea. Para pacientes com dor nas articulações devido a um inibidor de aromatase, que é um tipo de terapia hormonal, a ASCO também recomenda que a acupuntura seja oferecida.

Acupressão e reflexologia são práticas semelhantes à acupuntura, mas durante essas práticas, o especialista usa as mãos em vez de agulhas para aplicar pressão em pontos específicos do corpo. A ASCO recomenda que a acupressão ou a reflexologia possam ser oferecidas a qualquer pessoa que sinta dor ao receber terapia sistêmica para o câncer, como quimioterapia, terapia direcionada ou imunoterapia, bem como a qualquer pessoa submetida a cirurgia de câncer ou outro procedimento relacionado ao câncer.

Outras práticas / terapias / tratamentos indicados pela ASCO para o controle da dor:

  • Biofeedback.
  • Imaginação guiada / visualizações. 
  • Hipnose.
  • Musicoterapia.
  • Aconselhamento nutricional. 
  • Fisioterapia ou terapia ocupacional.
  • Hatha yoga

A importância do especialista em oncologia integrativa

Tanto a ASCO quanto Maria Ester falam ainda a importância do paciente oncológico buscar um profissional de práticas integrativas qualificado em oncologia para fazer o tratamento. São necessários conhecimentos específicos do tratamento oncológico para de fato integrar as técnicas trabalhadas com a oncologia. Do contrário, ao invés de trazer benefícios, o paciente pode se encontrar em situações que podem lhe fazer mal.

De acordo com a Galileu, estudos mostram que cerca de 79% dos pacientes oncológicos procuram alguma terapia integrativa para lidar com o câncer, se sentir melhor, amenizar os sintomas e ampliar a qualidade de vida. No entanto, muitos deles não levam o assunto para o médico que está tratando a doença – isso é um problema porque as práticas acabam não sendo integradas de maneira correta ao tratamento convencional.

 “No Brasil, temos uma cultura de achar que por ser natural não faz mal, mas isso não é verdade. Alguns fitoterápicos, ervas e chás podem causar interação medicamentosa, e muitas vezes não sabemos sobre a procedência e armazenamento, o que também pode trazer risco. Por isso, a importância de médicos e pacientes conversarem sobre o uso destas abordagens”, explica Maria Ester.

Oncologia Integrativa NÃO É alternativa a oncologia médica!

Além desses riscos, existem muitas ofertas milagrosas no mercado, tanto de produtos como de profissionais que induzem o paciente a um tratamento alternativo a oncologia médica, o que é um risco muito grande.

Maria Ester ainda alerta que “Infelizmente, no Brasil, ainda existem pessoas que trabalham com tratamentos alternativos, o que também é um perigo. Oferecem abordagens milagrosas, iludindo e levando o paciente muitas vezes a não aderir ao tratamento convencional. Nosso trabalho é feito em parceria com os médicos, fazemos parte da equipe multidisciplinar e oferecemos práticas baseadas em evidências”.

O tratamento com oncologia integrativa não tem nada de alternativo ou substitutivo a oncologia médica, muito pelo contrário! Ele integra, a partir dos conhecimentos específicos do tratamento oncológico convencional, as práticas integrativas ao longo de todo o tratamento.

Em suma: é necessário entender sobre os tipos de câncer, os objetivos e efeitos dos tratamentos oncológicos (os esperados, os efeitos adversos, os graus de toxicidade), as demandas de cada fase, tudo isso analisando também as necessidades específicas de cada paciente. 

A oncologia integrativa não trata o câncer, ela trata a pessoa que tem câncer. Assim sendo, o objetivo é proporcionar saúde durante o curso do tratamento oncológico, visando minimizar os efeitos colaterais, perdas de ciclos de tratamento com eventual atraso do mesmo, e trazer mais qualidade de vida durante essa fase tão difícil.

Fontes:

Galileu https://revistagalileu.globo.com/saude/noticia/2022/12/eua-recomendam-terapias-como-massagem-e-ioga-para-controlar-dor-no-cancer.ghtml 

Cancer.net https://www.cancer.net/coping-with-cancer/physical-emotional-and-social-effects-cancer/managing-physical-side-effects/pain/other-ways-manage-pain 

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